Texto original
Valter Hugo Mãe
; Encenação, figurinos e cenografia
Ana Luena
; Interpretação
Margarida Gonçalves
,
Rodrigo Santos, Pedro Almendra,
Pedro Mendonça
; Música original
e
interpretação ao vivo
Peixe
; Desenho de luz
Rui Monteiro
; Produção executiva
Luís Puto*, Manuela Leitão e Sofia Berberan
;Assistência de encenação
Luís Puto;
Produção
Sofia Berberan, Teatro Bruto
; Coprodução
Casa do Vinho Verde
; Apoios
Metro, CP e STCP, Anjos Urbanos, Tommasino, Vista Alegre, Fnac, Charon.
*Estagiario financiado pelo programa Estágio Emprego do IEFP
O Teatro Bruto tem a honra de apresentar em reposição o espetáculo Comida, um texto original de Valter Hugo Mãe, encenado por Ana Luena, com interpretação de Margarida Gonçalves, Pedro Almendra, Pedro Mendonça e Rodrigo Santos, e com música e interpretação ao vivo de Peixe (ex-guitarrista dos Ornatos Violeta).
Em setembro, o Teatro Bruto volta à Casa do Vinho Verde, um espaço de impressionantes características arquitetónicas situado no centro do Porto, numa encosta voltada sobre o rio Douro. Nesta Casa, cenário perfeito de Comida, é sugerida aos espectadores uma visita pelo Palacete, ao mesmo tempo que lhes é oferecida uma prova de degustação de Vinho Verde, gentilmente cedida pela anfitriã e coprodutora do espetáculo, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes.
De 11 a 28 de setembro, 2014
De quarta a domingo, às 22.00
CASA DO VINHO VERDE
Rua da Restauração, n.º 318 - Porto
Informações e bilheteira
Preço de bilhete
10 euros
Preço especial de 7 euros na venda antecipada para grupos no minimo de 30 pessoas
Reservas
[email protected]
+351 937 970 108 (de terça a sexta-feira, das 15 às 19h)
*Quaisquer reservas efetuadas devem ser obrigatoriamente levantadas até 48h antes do espetaculo.
Bilheteira
Casa do Vinho Verde ( a partir de 8 de setembro, de terça a sexta-feira, das 15 às 19h)
Venda online de bilhetes
Outros postos de venda
FNAC, WORTEN, CTT, EL CORTE INGLES
Outras informações
Legendado em Inglês
M/16 anos
Duração aprox.: 1h30
Durante o intervalo será oferecida aos espectadores uma prova de Vinho Verde.
Como chegar
Em pleno centro do Porto, a Casa do Vinho Verde é facilmente acedida através quer de transportes privados quer públicos, como, por exemplo, as diversas linhas da STCP que servem aquela zona da cidade.
Mas pode também optar pelo COMBOIO - a Estação Ferroviária de São Bento, considerada recentemente como uma das mais belas do Mundo e classificada como Imóvel de Interesse Público pela Secretaria de Estado da Cultura, encontra-se a pouco mais de um quilómetro de distância.
Comida
(sinopse)
No início de 1939 um diplomata português, que se viu regressado da Alemanha em contornos pouco esclarecidos, desenvolve esforços para que reconsiderem o seu regresso a Berlim já para o ano de 1940. Suspira constantemente com a oportunidade de representar Portugal na Alemanha, ávido de fortuna fácil e disponível para a corrupção das «famílias de bem».
Apostando tudo num jantar em casa de um tio seu, antigo ministro, que entretanto falece sem que ainda se saiba publicamente, o diplomata verá o seu jogo de influências sofrer severo revés ao ser traído por quem nunca imaginaria que o pudesse ser.
Ironizando a actual subserviência europeia à Alemanha,
Comida
é uma peça acerca do lado glutão da cidadania. A sofisticação da secundarização do povo e o torpe das intenções políticas.
Valter Hugo Mãe
Residência artística em 2012
Partir para a conceção de um texto em convívio com a companhia que o levará à cena é como caminhar no terreno fértil para se escolher as sementes que ali fará sentido deixar germinar. Passar uma semana com o Teatro Bruto tem que ver com um modo de amadurecimento da relação que estabeleço com a companhia.
Nas mais insuspeitas coisas se encontram as pistas. Na conversa do café da manhã ou no sorriso nada laboral de um instante de lazer podem conter-se as energias bastantes para que, enquanto autor, me sinta mais próximo da identidade de cada um e da companhia como um todo, sendo isso indutor de uma melhor capacidade de corresponder. Creio que a motivação maior da residência passa por querer corresponder, nunca descurando a vontade de surpresa que um autor sempre propõe ou deve propor.
Comida
começou numa imagem que trouxe. Queria imaginar alguém em torno da abundância ou da falta de sustento. Tinha vontade de implicar isso com uma nostalgia perigosíssima, e ofensiva, da Alemanha nazi, estabelecendo uma analogia simples entre o sustento do corpo e o sustento do espírito.
Na casa onde residimos aconteceu de tudo nos sugerir um tempo mais antigo, que nos retirava da contemporaneidade, o que não era de todo a minha intenção inicial. Havia uma boneca grande, antiga, sentada numa cadeira da sala como alguém que ali vivia há mais de trinta anos. Essa boneca serviu de mote para uma certa fantasmagoria que casava com a idade da casa e o seu requinte aristocrático. O texto mudou cedo para uma cena de jantar, ou preparação de um jantar, atrapalhada pela peripécia de uma boneca de porcelana se mexer sozinha, para terror dos donos, a acontecer em 1939, antes da guerra. E a Alemanha passou a ser o destino ansiado do diplomata, sobrinho do dono da casa, que não poderia saber que às portas teria uma guerra e o holocausto.
Em conversas e leituras, metade da peça foi escrita no tempo da residência.